Chuva interior num dia cinza

31 01 2008

 

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Os dedos entrelaçados sob a nuca. Os olhos fixos no teto e o pensamento vagando por um passado inacessível. O corpo, jogado na cama, descansa enquanto a umidade mofa cada canto do quarto. Lá fora a chuva não pára de descer. Ao lado da cama, um criado mudo sem gavetas, em cima apenas um dicionário velho e uma revista sobre cinema que ele já decorou; nenhum livro. Os olhos continuam fitando o teto, e o pensamento agora vaga pelas estradas hostis de seu futuro incerto. Lágrimas frias escorrem pela face, e são as lágrimas do passado. Seus olhos tristes se perdem numa profunda melancolia, que se agrava com os dias chuvosos e que permanecerá, até a hora em que o sol voltar pra iluminar este dia cinza.

 

[ouvindo Crosses, José González.]


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